O amor do Poliamor!

04 novembro 2016

Precisamos falar do poliamor. Mas para falarmos dele precisamos nos desprender de todos os limites e pré-conceitos (sim, escrevo-o desta forma para melhor compreensão de seu significado) para então continuarmos em frente. Rumo a libertação das formas de amar, seja ela em gênero, quantidade ou intensidade. 

Primeiro, não é necessário eu ser participante/praticante do poliamor para falar sobre ele, o assunto assim como diversos outros temas bem atuais, me chamou atenção pelo caráter profundo de análise da sociedade atual, que continua mudando e evoluindo a cada instante. Mudou agora e você não viu. 

Segundo, o amor é lindo. Sentimento único que carrega a responsabilidade enorme em ser para cada um de nós um sinônimo de alegria, o que o obriga a ser quase perfeito, redondo, existente. Mas e o poliamor? Poli, significa muitos ou vários, e amor, é o sentimento tão conhecido de nós todos, mas que nesta palavra ganha dimensões galácticas, pois se desconstrói do sentido de exclusividade e mergulha no compartilhamento da emoção. 

Parece complexo, e se o é, você precisa se desvincilhar de todas as normativas da sociedade quanto a compromisso e relacionamento em suas mais diversas padronizações existentes hoje para compreendê-lo, sei, não é fácil, mas necessário, por que em algum momento alguém mais próximo de você te apresentará esta situação, que esta cada vez mais comum, cotidiana. 

O programa Adotada da MTV, que tem como protagonista Maria Eugênia que a cada episódio é adotada por um família brasileira diferente e necessariamente passa uma semana naquele lar, vivenciando o ambiente, os integrantes da família e suas experiencias, apresentou uma família gaúcha de Porto Alegre onde a estrutura familiar era a seguinte:

Mulher mantém o relacionamento com outra mulher, por qual conhece um homem, pelo qual se apaixona, e mantém um relacionamento com o dois. Em outro momento surge outro homem, que passa a fazer parte do relacionamento. Resumindo, são duas mulheres e dois homens que constituem uma família. Um lar. Embora que uma das mulheres já não more na mesma construção familiar inicial ela continua mantendo relações sexuais e amorosas com os parceiros iniciais. 

E aí, deu pra entender? Parece complicadíssimo, mas não, claro que como outros relacionamentos existem contratempos, discussões e ciúmes, os quatros personagens reais desta história permitem-se amar. O que me deixou de imediato intrigado foi a estrutura familiar ser tão complexa e eles em si, aceitarem e conviverem com a normalização de todos os sentimentos envolvidos. E esta é a receita do bolo, a desconstrução do que para os não praticantes do poliamor poderia ser o causador de marés devastadoras de problemáticas para o relacionamentos, para eles, tudo é tratada com uma naturalidade plausível.

Assim como todo e qualquer outra decisão do individuo que possui o nosso mesmo direito de livre arbítrio, nós não temos qualquer direito ou concessão para interferir nas escolhas de suas vidas, o que precisamos é entender que estamos diante de uma nova forma de amar e ponto final. Não nos cabe aceitar e sim, respeitar. E em diversos momentos até mesmo ajudar a construir a viabilidade do amor, hoje tão escasso, não podemos banalizar este sentimento devido a quantidade de pessoas que fazem parte do todo, e sim na prepotência dele em existir sem barreiras, sem limites, sem determinações quantificadas. Amor é amor seja pra uma, duas, três, quatro... pessoas.


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