Blade Runner 2049 de Denis Villeneuve

25 outubro 2017
Relutei bastante antes de ir ver Blade Runner 2049 nos cinemas. Mesmo com críticas tão positivas, a duração longa do filme e a temática futurista tem me causado traumas cinéfilos que bloqueiam o desejo de viver mais experiências frustantes nas salas das telonas. Por sorte, recebi um convite e me permiti dar uma oportunidade ao longa e tive uma grata e maravilhosa surpresa. Que filmaço!

Blade Runner 2049 possui uma nostalgia rara de se ver nos filmes atuais, é como se estivéssemos  no passado, acompanhando uma história que acontecerá em um futuro realmente desconhecido. Em suma, tem um "quê" de anos 80, mesmo se passando em um futuro tão distante. Essa magia conquistada por Denis Villeneuve é resultado da inserção surrealista que o diretor nos apresenta aos personagens, ambientes e a narrativa linear, quase monótona, que nos arrebata em quase três horas de filme. 


Ryan Gosling é tão apático e ao mesmo tempo tão sensacional que consegue reformular sua dramaticidade já apresentada por Drive em 2011, somando a vivacidade voraz do seu personagem Sebastian no musical La La land, 2016, o qual lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Gosling em Blade Runner equipara-se ao protagonista do filme homônimo de 1982, Blade Runner: O Caçador de Androides. Com uma delicadeza humana mas a ferocidade de um ser desenvolvido sem sentimentos que descobre a possibilidade de ter sido alguém e não ser apenas algo. 

O Protagonista do primeiro filme, Harrison Ford, o ex-policial e ex-caçador de replicantes retorna para a mitologia de Blade Runner para finalizar sua história. Sem ofuscar o protagonismo de Gosling, Harrison reapresenta seu consagrado e aclamado personagem mais maduro, mais inteligente e mais introspectivo, demonstrando total conexão com o ambiente futurista da ficção, provocando no expectador um déjà-vu maravilhoso.

Com um 3D totalmente desnecessário, a fotografia de Blade Runner 2049 é uma personagem importante e quase tem vida própria, assim como os hologramas que passeiam em alto brilho e definição entre os prédios da cidade futurista, o que torna o longa um espetáculo visual. A Trilha sonora é outra grande responsável pela perfeita digestão da ficção científica, uma soberba composição sonora cria uma pulsação de sentimentos, resgatando o expectador para momentos de tensão e o devolvendo para os momentos mais dramáticos. Tudo bem orquestrado, montado como um quebra cabeça pelo diretor Denis Villeneuve, que já havia nos presenteados com o mega filme A Chegada em 2016.

2017 não tem sido um ano fácil para o cinema, é difícil enumerar as obras que realmente se destacaram e merecem serem ovacionadas como obra primas ou simplesmente merecem serem revistas. Infelizmente, o cinema atual é lotado de filmes descartáveis, que assistidos uma única vez já podem ser esquecidos e deixados de lado. Blade Runner 2049 é um passo a mais, é realmente uma pedra preciosa que lapidada com tanto zelo pelos profissionais envolvidos tornou-se, mesmo antes da chegado do futuro, um clássico do passado. Um passado bem presente. 

1 Comentário

  1. Blade Runner 2049 me manteve tensa todo o momento, se ainda não a viram, tem uma boa trama leve bom ritmo e consegue nos prender desde o principio. O roteiro do filme foi muito original, um dos aspectos mais notável desta produção foi a trilha sonora. Hans Zimmer y Benjamin Wallfisch fizeram um trabalho incrível, eles realizaram um trabalho incrível que seu talento nos deu peças musicais em trilha sonora Blande Runner. Adorei a seleção que fez, por que conseguiu acompanhar a perfeição cada situação do filme,realmente vale a pena todo o trabalho que a produção fez, cada detalhe faz que seja um grande filme. La recomendo muito vale a pena ver.

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