A Forma da água, 2017.

02 fevereiro 2018

Se existe algo de espetacular no cinema é o poder de se criar diversas histórias e dentro destas, dar vida aos mais absurdos seres. Guilherme del Toro é alguém que, mesmo em um invólucro de horror, tem o dom de contar este tipo de história, sempre lotadas de sentimentalismo, doçura e encantamento, é o caso de seu mais recente trabalho, A Forma da água.

Não, esse não é o melhor filme do diretor, mas também não esconde seu talento em apresentar personagens que se tornaram inesquecíveis para a história do cinema. Acertar em O Labirinto do Fauno (2005), fez del Toro acreditar que A Forma da água seria um filme tão bom quanto, e até acredito que existe uma soberba mais densa e um cuidado bem mais detalhado em apresentar cada personagem, porém o que acontece, é que o diretor tem uma história fraca com atuações fortes, uma fotografia perfeita, uma edição de encher os olhos de emoção, mas algo não acontece. A Forma da água não tem vida. 

A Criatura mantida em cativeiro em um laboratório experimental do governo americano e sua sobrevivência é o que envolve todos os outros personagens, inclusive a zeladora Elisa, interpretada por uma absurda talentosa Sally Hawkins, que se apaixonará pelo ser e irá fazer de tudo para ajudá-lo a fugir do cativeiro com ajuda de seu vizinho pintor, Ricard Jenkins, e a sua melhor amiga de trabalho Zelda, Octavia Spencer. O Roteiro assinado pelo próprio Guilherme del Toro e por Vanessa Taylor, apresenta uma Elisa surda que fala somente por língua de sinais, facilitando seu contato com a criatura em um momento bem crucial de sua monótona vida, a hora que o amor acontece.



O antagonista vivido por Michael Shannon é tão caricato que consegue se sobressair sobre a própria criatura. Michael é o coronel responsável pela manutenção e existência da criatura no laboratório americano, e em um momento que a guerra fria com a Rússia, transparece uma corrida armamentista de poder de fogo, todos vêem na criatura uma oportunidade de criar algo novo, que possa contribuir com o desenvolvimento de novos armamentos e perder a criatura é algo que não é aceitável. Michael, mesmo com sua expressão de homem que não se deve nunca contrariar, parece ainda seu general Zod em O Homem de Aço, mais do mesmo, infelizmente. 

De uma forma geral, A Forma da água é uma tentativa frustrante de Del Toro revisitar a fantasia criada em O Labirinto do Fauno, se lá o destino da garotinha é de dar um nó na garganta, o final de A Forma da água é sem emoção, sem virtude, sem fôlego. Uma pena!

1 Comentário

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